Umedecia os lábios
com a língua
enquanto os dedos passeavam
a própria barriga
enfiava dois dedos na boca
inteiramente
até a garganta engasgar
descia outra vez até o mamilo
esquerdo
contornava com um dedo úmido
enquanto a outra mão tirava a calcinha
branca com listras rosa
e com a calcinha na metade da coxa
estimulava o próprio corpo com
as pernas
entreabertas
dançando na cama
sobre os lençóis
afundando a cabeça no travesseiro
contorcendo-se e procurando cessar
sua abstinência
achar a curva do diabo
penetrando o infinito do corpo quente
o absurdo do amor
é achá-lo
entre os seus pentelhos
entre os seus dois dedos
e sonhos secretos
depois de escorrer sobre
si mesma
suspirar a metafísica
e as descobertas científicas
perdidas no suor que escorre entre os
seios
lamber os dedos novamente
sentir o próprio gosto do próprio gozo
saciar a fome
morde os lábios
mulher
e quando você se tocar
derreta os medos
secretos
faça dos seus dedos
os amantes prediletos.


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