Conversa da alma com o amor


Hoje parei pra analisar tanta coisa dentro de mim, e muitas delas estão confusas, bagunçadas, desajeitadas, sujas e feridas. Coisa que ainda não esqueci, pessoas que ainda não consegui perdoar, lembranças vivas dentro da mente, palavras que ainda me perseguem. Mas no meio de tanta coisa inútil e triste, ainda existe um ponto pequeno de amor, ele esta lá no fundo, amassado, escondido, encoberto por entulhos e quase nem se vê.
Ainda não me olhei no espelho, porque sei que a minha cara ta igual a minha alma, vazia e cheia de destroços que precisam ser jogados fora.
Então levantei da cama, lavei o rosto e vim trabalhar com a cabeça a mil, a alma carregada de tanta coisa, um minuto de paz era o que mais queria. Mas, nem isso consegui ter, então apenas silenciei a voz e deixei tudo ao meu redor falar. E uma pequena voz lá dentro, dizia e posso dizer que ela estava tentando gritar:
- Ainda estou aqui...
Foi aí que parei tudo, inclinei o rosto em direção ao horizonte, e escutei mais uma vez, a alma estava contemplando o amor. A alma alegre e ofegante deixava o amor falar, brotavam sensações maravilhosas, de repente as lembranças ruins se foram, as pessoas que me feriram sumiram, as mágoas desapareceu e a dor deu lugar aos sentimentos bons.
Fiquei exatamente assim por 3 minutos, e o mundo seguiu gritando ao meu redor, uma música ao longe tocava e meus olhos começavam a chorar...
Parei pra pensar em tanta coisa que perdi com pessoas erradas, os sonhos que foram roubados, as alegrias que podia ter vivenciado com a família. Mas calma, a alma ainda estava lá com o amor, eles estavam conversando, limpando o lugar, abrindo espaço para novas coisas, coisas boas, jogando fora tudo aquilo que era inútil, curando a linha tênue com a paz, tranquilidade, calma e paciência. Fazendo novos laços com um novo eu pronto para ressurgir, mas ainda faltava coisa, a alma prosseguia no seu trajeto de mãos dadas com o amor, eis que surge um novo amigo, leal e sincero dessa vez, o espirito de Deus, estava entrando novamente nesta vida, a vida que eu joguei fora e desperdicei com tempo.
Agora com as vestes limpas, a alma olha-se no espelho e sorri, os olhos brilham, emanam alegria, da sua voz eu sinto paz, tranquilidade, paciência e autenticidade.
Mas faltava uma única coisa para haver um desfecho mais feliz, foi aí então que a alma e o amor, me falaram sussurrando levemente em minha mente:
- Esta na hora de se perdoar, pelo mal a quem tens feito. E aprender a perdoar a quem te feriu e desprezou quando mais ninguém esteve lá para te estender a mão. Permita-se perdoar a si mesma.
(Moral da história, perdoe a si mesmo, os outros, para que sua alma se torne leve como a neve, permita-se experimentar ser feliz sem necessitar da atenção das pessoas, deixa o amor contemplar a sua alma e curar todas as feridas que a dor te fez).

A minha história baseada neste conto.
Eu nunca me perdoei, e acho que não mereço o amor e nem amar.

Diana Bonini

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